São João de Ávila - Doutor da Igreja - 10 de maio

“O bom pregador e o bom confessor devem ir à frente. Ninguém deve dizer uma palavra boa sem que primeiro a tenha posto em prática. Amplie a vossa mercê o seu pequeno coração, naquela imensidão de amor com que o Pai nos ofereceu o seu Filho, e com Ele nos doou a si mesmo, o Espírito Santo e todas as coisas”.


João de Ávila viveu na primeira metade do século XVI. Nasceu a 6 de Janeiro de 1499, ou 1500, em Almodóvar del Campo (Ciudad Real, diocese de Toledo), filho único de Alonso Ávila e de Catalina Gijón, pais muito cristãos e com uma elevada posição económica e social. Com 14 anos foi estudar Direito na prestigiosa Universidade de Salamanca; porém, abandonou os estudos quando concluiu o quarto curso porque, por causa de uma experiência muito profunda de conversão, decidiu regressar ao domicílio familiar para se dedicar à meditação e à oração.

Com o propósito de se tornar sacerdote, em 1520 foi estudar Artes e Teologia na Universidade de Alcalá de Henares, aberta às grandes escolas teológicas dessa época e à corrente do humanismo renascentista. Em 1526, recebeu a ordenação presbiteral e celebrou a primeira Missa solene na paróquia do seu povoado e, com a finalidade de partir como missionário para as Índias, decidiu distribuir a sua rica herança entre os mais necessitados. Depois, de acordo com aquele que viria a ser o primeiro Bispo de Tlaxcala, na Nova Espanha (México), foi para Sevilha para esperar o momento de embarcar rumo ao Novo Mundo.

Enquanto se preparava para viajar, dedicou-se a pregar na cidade e nas localidades circunvizinhas. Ali encontrou-se com o venerável Servo de Deus, Fernando de Contreras, doutor em Alcalá e prestigioso catequista. Ele, entusiasmado com o testemunho de vida e com a oratória do jovem sacerdote João, conseguiu que o arcebispo sevilhano o levasse a desistir da sua ideia de partir para a América e a ficar na Andaluzia e permanecesse em Sevilha, compartilhando casa, pobreza e vida de oração com Contreras e, enquanto se dedicava à pregação e à direção espiritual, continuou os estudos de Teologia no Colégio de S. Tomás, onde talvez tenha obtido o título de Mestre.

No entanto, em 1531, por causa de uma sua pregação mal entendida, foi aprisionado. No cárcere, começou a escrever a primeira versão do Audi, filia. Durante aqueles anos, recebeu a graça de penetrar com profundidade singular o mistério do amor de Deus e o grande benefício feito à humanidade pelo Redentor Jesus Cristo. Doravante será este o eixo da sua vida espiritual e o tema central da sua pregação.

Tendo sido emitida a sentença absolutória em 1533, continuou a pregar com notável êxito diante do povo e das autoridades, mas preferiu transferir-se para Córdova, incardinando-se na diocese. Pouco depois, em 1536, o arcebispo de Granada chamou-o para obter dele um conselho, e ali, além de continuar a sua obra de evangelização, completou os estudos nessa Universidade.

Bom conhecedor do seu tempo e com uma formação académica excelente, João de Ávila foi um ilustre teólogo e um humanista verdadeiro. Propôs a criação de um Tribunal Internacional de arbitragem para evitar as guerras e foi também capaz de inventar e patentear algumas obras de engenharia. No entanto, vivendo na pobreza, centrou a sua atividade em acalentar a vida cristã de quantos comprazidos ouviam os seus sermões e o seguiam onde quer que fosse. Especialmente preocupado pela educação e a instrução das crianças e dos jovens, sobretudo daqueles que se preparavam para o sacerdócio, fundou vários Colégios menores e maiores que, depois de Trento, se transformariam em Seminários conciliares. Fundou, outrossim, a Universidade de Baeza (Jaén), importante ponto de referência durante séculos para a formação qualificada de clérigos e seculares.

Depois de ter percorrido a Andaluzia e outras regiões do centro e do oeste da Espanha, pregando e orando, já enfermo, em 1554 retirou-se definitivamente numa casa simples em Montilla (Córdova), onde exerceu o seu apostolado elaborando algumas das suas obras através de uma correspondência abundante. O arcebispo de Granada quis levá-lo como assessor teólogo para as duas últimas sessões do Concílio de Trento; dado que não podia viajar por falta de saúde, redigiu os Memoriales que tiveram grande influência nesta reunião eclesial.

Acompanhado pelos seus discípulos e amigos e padecendo dores agudíssimas, com um Crucifixo nas mãos, entregou a sua alma ao Senhor na sua casa humilde de Montilla na manhã de 10 de Maio de 1569.

João de Ávila foi contemporâneo, amigo e conselheiro de grandes santos e um dos mestres espirituais mais prestigiosos e consultados do seu tempo.

Santo Inácio de Loyola, que tinha grande estima por ele, desejou vivamente que entrasse na nascente Companhia de Jesus; isso não aconteceu, mas o Mestre orientou para ela cerca de trinta dos seus discípulos melhores. João Ciudad, depois de São João de Deus, fundador da Ordem Hospitaleira, converteu-se ouvindo o Santo Mestre, e desde então confiou-se à sua guia espiritual. O nobilíssimo São Francisco Borgia, outro grande convertido graças à mediação de Padre Ávila, chegou a tornar-se prepósito-geral da Companhia de Jesus. S. Tomás de Vilanova, arcebispo de Valência, difundiu o seu método catequético nas suas dioceses e em todo o leste espanhol. Outros seus conhecidos foram São Pedro de Alcântara, provincial dos Franciscanos e reformador da Ordem; São João de Ribera, bispo de Badajoz, que lhe pediu pregadores para renovar a sua diocese e que foi depois arcebispo de Valência, tinha na sua biblioteca um manuscrito com 82 dos seus sermões; Teresa de Jesus, hoje Doutora da Igreja, que padeceu grandes dificuldades antes de poder fazer chegar ao Mestre o manuscrito da sua Vida; São João da Cruz, também ele Doutor da Igreja, que entrou em contato com os seus discípulos de Baeza que o ajudaram na reforma do Carmelo masculino; o Beato Bartolomeu dos Mártires que, graças a amigos comuns, tomou conhecimento da sua vida e da sua santidade, e outros ainda, que reconheceram a autoridade moral e espiritual do Mestre.

Embora o «Padre Mestre Ávila» tenha sido, antes de tudo, um pregador, contudo não deixou de fazer um uso magistral da sua pena para expor os seus ensinamentos. Com efeito, a sua influência e a sua memória póstuma, até aos nossos dias, estão estreitamente ligadas não só ao testemunho da sua pessoa e da sua vida, mas também aos seus escritos, tão diferentes entre eles.

A sua obra principal, o Audi, filia, um clássico da espiritualidade, é o tratado mais sistemático, amplo e completo, cuja edição definitiva foi preparada pelo seu autor nos últimos anos de vida. O Catecismo, ou Doutrina cristã, única obra que ele mandou publicar durante a sua vida (1554), é uma síntese pedagógica, para crianças e adultos, dos conteúdos da fé. O Tratado do amor de Deus, um tesouro literário e pelo conteúdo, reflete com que profundidade lhe foi concedido penetrar no mistério de Cristo, o Verbo encarnado e redentor. O Tratado sobre o sacerdócio é um breve compêndio que se completa com as homilias, sermões e cartas. Existem também outros escritos menores, que consistem em orientações, ou Avisos para a vida espiritual. Os Tratados de Reforma estão ligados ao Concílio de Trento e aos Sínodos provinciais que o aplicaram e referem-se muito oportunamente à renovação pessoal e eclesial. Os Sermões e Homilias, como o Epistolário, são escritos que englobam todo o arco litúrgico e a ampla cronologia do seu ministério sacerdotal. Os comentários bíblicos - da Carta aos Gálatas à Primeira Carta de João, e outros - são exposições sistemáticas de notável profundidade bíblica e de grande valor pastoral.

Todas estas obras oferecem conteúdos muito profundos, apresentam uma evidente orientação pedagógica no uso de imagens e de exemplos, e deixam intuir as circunstâncias sociológicas e eclesiais da época. O tom é de suma confiança no amor de Deus, convidando a pessoa à perfeição da caridade. A sua linguagem é o castelhano clássico e sóbrio da sua terra de origem, La Mancha, às vezes misturado com a imaginação e o entusiasmo meridional, ambiente onde transcorreu a maior parte da sua vida apostólica.

Atento a captar o que o Espírito inspirava à Igreja numa época complexa e agitada por mudanças culturais, por várias correntes humanísticas, pela busca de novos caminhos de espiritualidade, esclareceu critérios e conceitos.

Nos seus ensinamentos, o Mestre João de Ávila aludia constantemente ao baptismo e à redenção para dar impulso à santidade, e explicava que a vida espiritual cristã, que é participação na vida trinitária, começa a partir da fé em Deus Amor, baseia-se na bondade e na misericórdia divina expressa nos méritos de Cristo e é inteiramente movida pelo Espírito, ou seja, pelo amor a Deus e aos irmãos. «Amplie a vossa mercê o seu pequeno coração, naquela imensidão de amor com que o Pai nos ofereceu o seu Filho, e com Ele nos doou a si mesmo, o Espírito Santo e todas as coisas» (Carta 160), escreve. E também: «O vosso próximo é algo que diz respeito a Jesus Cristo» (Ibid., 62); por isso, «a prova do amor perfeito de nosso Senhor é o amor perfeito ao próximo» (Ibid., 103). Demonstra também um grande apreço pelas coisas criadas, ordenando-as na perspectiva do amor.

Como templo da Trindade, encoraja em nós a mesma vida de Deus e, gradualmente, o coração vai-se unificando como processo de união com Deus e com os irmãos. O caminho do coração é um caminho de simplicidade, de bondade, de amor e de atitude filial. Esta vida segundo o Espírito é fortemente eclesial, no sentido de manifestação do amor esponsal entre Cristo e a sua Igreja, tema central do Audi, filia. E é também mariana: a configuração com Cristo, sob a ação do Espírito Santo, é um processo de virtudes e de dons que olha para Maria como modelo e Mãe. A dimensão missionária da espiritualidade, como derivação da dimensão eclesial e mariana, é evidente nos escritos do Mestre Ávila, que convida ao zelo apostólico a partir da contemplação e de um maior compromisso na santidade. Aconselha a ter devoção pelos santos, porque nos manifestam a todos «um grande Amigo, que é Deus, o qual arrebata os nossos corações para o seu amor […] e Ele pede-nos que tenhamos muitos outros amigos, que são os seus santos» (Carta 222).

Se o Mestre Ávila é pioneiro ao afirmar a vocação universal à santidade, constitui também um elo imprescindível no processo histórico de sistematização da doutrina sobre o sacerdócio. Ao longo dos séculos, os seus escritos foram fontes de inspiração para a espiritualidade sacerdotal e podem ser considerados como o promotor do movimento místico entre os presbíteros seculares. A sua influência é evidente em muitos autores espirituais posteriores.

A afirmação central do Mestre Ávila é que os sacerdotes, «na missa, se colocam ao altar na pessoa de Cristo a desempenhar o ofício do próprio Redentor» (Carta 157), e que agir in persona Christi pressupõe encarnar, com humildade, o amor paterno e materno de Deus. Tudo isto exige algumas condições de vida, como frequentar a Palavra e a Eucaristia, ter um espírito de pobreza, ir ao púlpito «temperado», ou seja, preparando-se antes com o estudo e com a oração, e amar a Igreja porque é esposa de Jesus Cristo.

A busca e a criação de instrumentos para formar melhor os aspirantes ao sacerdócio, a exigência de maior santidade do clero e a reforma necessária na vida eclesial constituem a preocupação mais profunda e constante do Santo Mestre. A santidade do clero é imprescindível para reformar a Igreja. Impunham-se, pois, a seleção e a formação adequada de quantos aspiravam ao sacerdócio. Como solução, propôs criar seminários e chegou a sugerir a conveniência de um colégio especial, a fim de que se preparassem no estudo da Sagrada Escritura. Estas propostas foram acolhidas por toda a Igreja.

Por sua vez, a fundação da Universidade de Baeza, à qual dedicou todo o seu interesse e entusiasmo, constituiu uma das suas aspirações mais bem sucedidas, porque conseguiu ofereceu uma excelente formação inicial e permanente aos clérigos, tendo particularmente presente o estudo da chamada «teologia positiva» com orientação pastoral, e deu origem a uma escola sacerdotal que prosperou durante séculos.

Considerando a sua indubitável e crescente fama de santidade, a Causa de betificação e canonização do Mestre João de Ávila foi iniciada na arquidiocese de Toledo, em 1623. Foram interrogados imediatamente as testemunhas de Almodóvar del Campo e de Montilla, lugares de nascimento e de morte do Servo de Deus, e em Córdova, Granada, Jaén, Baeza e Andújar. Mas por vários problemas, a Causa permaneceu interrompida até 1731, ano em que o arcebispo de Toledo enviou a Roma os processos informativos já realizados. Com o decreto de 3 de Abril de 1742, o Papa Bento XIV aprovou os escritos e elogiou a doutrina do Mestre Ávila, e a 8 de Fevereiro de 1759 Clemente XIII declarou que tinha praticado as virtudes em medida heróica. A beatificação teve lugar, por obra do Papa Leão XIII, a 6 de Abril de 1894 e a canonização, por obra do Papa Paulo VI, no dia 31 de Maio de 1970. Considerando a importância da sua figura sacerdotal em 1946 Pio XII proclamou-o Padroeiro do clero secular na Espanha.

O título de «Mestre», com o qual durante toda a sua vida e ao longo dos séculos foi conhecido João de Ávila, fez com que no início da sua canonização fosse concebida a possibilidade de o nomear Doutor. Assim, a pedido do cardeal Benjamín de Arriba y Castro, arcebispo de Tarragona, a XII Assembleia Plenária da Conferência Episcopal Espanhola (Julho de 1970) decidiu pedir à Santa Sé que o declarasse Doutor da Igreja Universal. Seguiram-se numerosas instâncias, particularmente por ocasião do 25º aniversário da sua Canonização (1995) e do v centenário do seu nascimento (1999).

A declaração de Doutor da Igreja Universal de um santo pressupõe o reconhecimento de um carisma de sabedoria conferido pelo Espírito Santo para o bem da Igreja e comprovado pela influência benéfica do seu ensinamento sobre o povo de Deus, factos bem evidentes na pessoa e na obra de João de Ávila. Ele foi interpelado com muita frequência pelos seus contemporâneos como Mestre de teologia, discernidor de espíritos e diretor espiritual. Acorriam a ele em busca de ajuda e de orientação grandes santos e pecadores declarados, sábios e ignorantes, pobres e ricos, e à sua fama de conselheiro uniu-se tanto a sua intervenção concreta em diálogos notáveis como a sua obra diária em vista de melhorar a vida de fé e de compreensão da mensagem cristã de quantos o procuravam solícitos para ouvir os seus ensinamentos. Também os bispos e os religiosos doutos e bem preparados se dirigiam a ele como conselheiro, pregador e teólogo, exercendo uma influência notável sobre quantos entravam em contato em ele e sobre os ambientes que frequentava.

O Mestre Ávila não foi professor de universidade, embora tenha sido organizador e primeiro Reitor da Universidade de Baeza. Não explicou a teologia de uma cátedra, mas deu lições de Sagrada Escritura a leigos, religiosos e clérigos.

Nunca elaborou uma síntese sistemática do seu ensinamento teológico, mas a sua teologia é orante e sapiencial. No Memorial II ao Concílio de Trento apresenta dois motivos para vincular a teologia e a oração: a santidade da ciência teológica e o bem e a edificação da Igreja. Como humanista autêntico e bom conhecedor da realidade, a sua teologia é também próxima da vida, que responde às interrogações levantadas no momento, e fá-lo de modo didático e compreensível.

O ensinamento de João de Ávila evidencia-se pela sua excelência e exatidão, e pela sua extensão e profundidade, fruto de um estudo metódico, de contemplação e através de uma profunda experiência das realidades sobrenaturais. Além disso, o seu abundante epistolário enriqueceu-se depressa com traduções em italiano, francês e inglês.

Sobressai o seu profundo conhecimento da Bíblia, que ele desejava ver nas mãos de todos, pelo que não hesitou em explicá-la tanto na sua pregação diária como oferecendo lições sobre determinados Livros sagrados. Costumava comparar as versões e analisar os sentidos literários e espirituais; conhecia os comentários patrísticos mais importantes e estava convencido de que para receber adequadamente a revelação eram necessários o estudo e a oração, e que se podia penetrar no seu sentido com a ajuda da tradição e do magistério. Do Antigo Testamento ele cita sobretudo os Salmos, Isaías e o Cântico dos cânticos. Do Novo, o Apóstolo João e São Paulo que é, sem dúvida, o mais citado. «Cópia fiel de São Paulo», definiu-o o Papa Paulo VI na bula da sua canonização.

A doutrina do Mestre João de Ávila contém, indubitavelmente, uma mensagem segura e duradoura, e é capaz de contribuir para confirmar e aprofundar o depósito da fé, iluminando até novas perspectivas doutrinais e de vida. Atendo-se ao magistério pontifício, a sua atualidade é evidente, o que comprova que a sua eminens doutrina constitui um carisma autêntico, dom do Espírito Santo à Igreja de ontem e de hoje.

O primado de Cristo e da graça que, em termos de amor de Deus, permeia todo o ensinamento do Mestre Ávila, é uma das dimensões sublinhadas tanto pela teologia come pela espiritualidade atual, da qual derivam consequências também para a pastoral, como Nós pudemos sublinhar na encíclica Deus caritas est. A confiança, assente na afirmação e na experiência do amor de Deus e da bondade e misericórdia divinas, foi proposta também no magistério pontifício mais recente, como na encíclica Dives in misericórdia e na exortação apostólica pós-sinodal Ecclesia in Europa, que é uma autêntica proclamação do Evangelho da esperança, como também queríamos que fosse na encíclica Spe salvi. E quando na carta apostólica Ubicumque et semper, com a qual há pouco instituímos o Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, dizemos: «Para proclamar de modo fecundo a Palavra do Evangelho é preciso, antes de tudo, fazer uma profunda experiência de Deus», sobressai a figura serena e humilde deste «pregador evangélico», cuja doutrina eminente é de grande atualidade.

Em 2002, a Conferência Episcopal Espanhola tomou conhecimento do facto que o Estudo recapitulativo sobre a doutrina eminente reconhecida nas obras de São João de Ávila, da Congregação para a Doutrina da Fé, se concluía de modo claramente afirmativo, e em 2003 um número consistente de Senhores Cardeais, Arcebispos e Bispos, Presidentes de Conferências Episcopais, Superiores-Gerais de Institutos de vida consagrada, Responsáveis de Associações e Movimentos eclesiais, Universidades e outras instituições, além de pessoas de relevo individualmente, uniram-se à súplica da Conferência Episcopal Espanhola através de Cartas Postulatórias, que manifestavam ao Papa João Paulo II o interesse e a oportunidade do título de Doutor a São João de Ávila.

Depois de restituir o processo à Congregação para as Causas dos Santos e de nomear um Relator para esta Causa, foi necessário elaborar a correspondente Positio. Após a conclusão deste trabalho, o Presidente e o Secretário da Conferência Episcopal Espanhola, juntamente com o Presidente da Junta Pró-Doutorado e com a Postuladora da Causa assinaram, a 10 de Dezembro de 2009, a Súplica definitiva (Supplex libellus) do título de Doutor para o Mestre João de Ávila. No dia 18 de Dezembro de 2010 realizou-se o Congresso Peculiar dos Consultores Teólogos da mencionada Congregação, relativo ao título de Doutor ao Santo Mestre. Os votos foram afirmativos. A 3 de Maio de 2011, a Sessão Plenária de Cardeais e Bispos membros da Congregação decidiu, com voto unanimemente afirmativo, propor-nos a declaração de São João de Ávila, se assim o desejássemos, como Doutor da Igreja Universal. A 20 de Agosto de 2011, em Madrid, durante a Jornada Mundial da Juventude, anunciamos ao Povo de Deus: «Proximamente declararei São João de Ávila, presbítero, Doutor da Igreja Universal». A 27 de Maio de 2012, Domingo de Pentecostes, tivemos a alegria de anunciar na Praça de São Pedro, à multidão de peregrinos do mundo inteiro ali reunidos: «O Espírito, que falou por meio dos profetas, com os dons da sabedoria e da ciência continua a inspirar mulheres e homens que se comprometem na busca da verdade, propondo caminhos originais de conhecimento e de aprofundamento do mistério de Deus, do homem e do mundo. Neste contexto, sinto-me feliz por anunciar que no dia 7 de Outubro próximo, no início da Assembleia Ordinária do Sínodo dos Bispos, proclamarei São João de Ávila e Santa Hildegarda de Bingen Doutores da Igreja universal […] a santidade da vida e a profundidade da doutrina fazem com que eles sejam perenemente atuais: com efeito, a graça do Espírito Santo projetou-os naquela experiência de compreensão profunda da revelação divina e de diálogo inteligente com o mundo, que constituem o horizonte permanente da vida e da ação da Igreja. Sobretudo à luz do projeto de uma nova evangelização, à qual será dedicada a mencionada Assembleia do Sínodo dos Bispos, e nas vésperas do Ano da Fé, estas duas figuras de Santos e Doutores serão de importância e atualidade relevantes».

Portanto hoje isto realiza-se, com a ajuda de Deus e a aprovação de toda a Igreja. Na Praça de São Pedro, na presença de numerosos Cardeais e Prelados da Cúria Romana e da Igreja católica, confirmando o que foi levado a cabo e satisfazendo com grande prazer os desejos dos suplicantes, durante o Sacrifício eucarístico nós pronunciamos estas palavras:

«Atendendo ao desejo de muitos Irmãos no Episcopado e de numerosos fiéis do mundo inteiro, depois de termos recebido o parecer da Congregação para as Causas dos Santos, após termos meditado demoradamente e tendo chegado a uma convicção plena e segura, com a plenitude da autoridade apostólica Nós declaramos São João de Ávila, sacerdote diocesano, e Santa Hildegarda de Bingen, monja professa da Ordem de São Bento, Doutores da Igreja Universal, em Nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo».

Isto decretamos e ordenamos, estabelecendo que esta carta seja e permaneça sempre certa, válida e eficaz, e que produza e obtenha os seus efeitos plenos e íntegros; e assim convenientemente se julgue e se defina; e seja vão e sem fundamento quanto diversamente sobre isto possa ser tentado seja por quem for com qualquer autoridade, cientemente ou por ignorância.

Dado em Roma junto de São Pedro com o selo do Pescador no dia 7 de Outubro de 2012 oitavo ano do nosso Pontificado. (PAPA BENTO XVI)

Fonte: Vatican.va
w2.vatican.va/content/benedict-xvi/pt/apost_letters/documents/hf_ben-xvi_apl_20121007_giovanni-avila.html
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