1. Jesus partiu daí e foi para o território da Judéia, do outro
lado do rio Jordão. As multidões se reuniram de novo em torno de Jesus. E ele,
como de costume, as ensinava. 2. Alguns fariseus se aproximaram de Jesus.
Queriam tentá-lo e lhe perguntaram se a Lei permitia um homem se divorciar da
sua mulher. 3. Jesus perguntou: "O que é que Moisés mandou vocês
fazer?" 4. Os fariseus responderam: "Moisés permitiu escrever uma
certidão de divórcio e depois mandar a mulher embora." 5. Jesus então
disse: "Foi por causa da dureza do coração de vocês que Moisés escreveu
esse mandamento. 6. Mas, desde o início da criação, Deus os fez homem e mulher.
7. Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe, 8. e os dois serão uma só
carne. Portanto, eles já não são dois, mas uma só carne. 9. Portanto, o que
Deus uniu, o homem não deve separar." 10. Quando chegaram em casa, os
discípulos fizeram de novo perguntas sobre o mesmo assunto. 11. Jesus
respondeu: "O homem que se divorciar de sua mulher e se casar com outra, cometerá
adultério contra a primeira mulher. 12. E se a mulher se divorciar do seu
marido e se casar com outro homem, ela cometerá adultério."
Enquanto os
seguidores têm sede de conhecer um pouco mais sobre a Boa Nova, os fariseus
distanciam-se cada vez mais da graças por não verem Jesus como filho de Deus, e
sim apenas alguém que põe em risco o sistema excluídor e opressor.
Como sempre o tiro
sai pela culatra, os fariseus ao tentarem fazer com que Jesus entre em
contradição, na verdade dão a ele a oportunidade de demonstrar a hipocrisia dos
governantes, e reforçar a Lei de Deus. Os fariseus que tanto pregão o cumprimento
da Lei, estão se deixando conduzir por uma permissão de Moises (diga-se de
passagem, forçada), em detrimento da ordem maior que está contida nos vv.6-9.
Finalizando Jesus aproveita para alertar a todos os que desta permissão fazem
uso: “cuidado para não ferir o sexto Mandamento”. Você lembra qual é?
10,13-16
– Ser como criança
13. Depois disso, alguns levaram crianças para que Jesus tocasse
nelas. Mas os discípulos os repreendiam. 14. Vendo isso, Jesus ficou zangado e
disse: "Deixem as crianças vir a mim. Não lhes proíbam, porque o Reino de
Deus pertence a elas. 15. Eu garanto a vocês: quem não receber como criança o
Reino de Deus, nunca entrará nele." 16. Então Jesus abraçou as crianças e
abençoou-as, pondo a mão sobre elas.
Jesus continua sua
catequese insistindo na linha de pensamento de que não devemos barrar o acesso
de quem quer que seja ao Reino de Deus (a Igreja pertence a todos que desejam
viver sob o Senhorio de Jesus).
Somente a Bíblia Ave-Maria
traz no v.15 o acréscimo “Em verdade vos digo: todo o
que não receber o Reino de Deus ‘com a
mentalidade’ de uma criança, nele não entrará." Desta feita direciona
o pensamento para um único ponto; para merecer o Reino temos que “ser como crianças”: “puras, verdadeiras,
simples, dependentes...”. Já as outras versões abrem espaço para outra
afirmação: “para merecermos o Reino temos que acolhê-lo como se acolhe uma criança”, ou seja, com docilidade, amor, zelo...
Marcos
é o único evangelista a relatar que Jesus “abraçava e abençoava” (v.16), mas
faz sentido já que ele escreveu com a finalidade de responder a pergunta: “Quem
é Jesus?”. Assim descreve que Jesus é aquele que acolhe, ama e educa a todos
sem distinção.
10,17-31
– A vida eterna tem inicio na vida presente
17. Quando Jesus saiu de novo a caminhar, um homem foi correndo,
ajoelhou-se diante dele e perguntou: "Bom Mestre, que devo fazer para
herdar a vida eterna?" 18. Jesus respondeu: "Por que você me chama de
bom? Só Deus é bom, e ninguém mais. 19. Você conhece os mandamentos: não mate;
não cometa adultério; não roube; não levante falso testemunho; não engane;
honre seu pai e sua mãe." 20. O homem afirmou: "Mestre, desde jovem
tenho observado todas essas coisas." 21. Jesus olhou para ele com amor, e
disse: "Falta só uma coisa para você fazer: vá, venda tudo, dê o dinheiro
aos pobres, e você terá um tesouro no céu. Depois venha e siga-me." 22. Quando
ouviu isso, o homem ficou abatido e foi embora cheio de tristeza, porque ele
era muito rico. 23. Jesus então olhou em volta e disse aos discípulos:
"Como é difícil para os ricos entrar no Reino de Deus!" 24. Os
discípulos se admiraram com o que Jesus disse. Mas ele continuou: "Meus
filhos, como é difícil entrar no Reino de Deus! 25. É mais fácil passar um
camelo pelo buraco de uma agulha, do que um rico entrar no Reino de Deus!"
26. Os discípulos ficaram muito espantados quando ouviram isso, e perguntavam uns
aos outros: "Então, quem pode ser salvo?" 27. Jesus olhou para os
discípulos e disse: "Para os homens isso é impossível, mas não para Deus.
Para Deus tudo é possível." 28. Pedro começou a dizer a Jesus: "Eis
que nós deixamos tudo e te seguimos." 29. Jesus respondeu: "Eu
garanto a vocês: quem tiver deixado casa, irmãos, irmãs, mãe, filhos, campos,
por causa de mim e da Boa Notícia, 30. vai receber cem vezes mais. Agora,
durante esta vida, vai receber casas, irmãos, irmãs, mãe, filhos e campos,
junto com perseguições. E, no mundo futuro, vai receber a vida eterna. 31.
Muitos que agora são os primeiros serão os últimos, e muitos que agora são os
últimos serão os primeiros."
A
observância dos Mandamentos é a principal exigência para quem deseja seguir
Jesus, o desapego as coisas materiais e a partilha são a segunda. Se vamos
participar do Reino é preciso que a nossa fé e segurança esteja depositada em
Deus e não nos bens terrenos. A partilha se faz necessária para que todos tenham
vida em abundancia. A ostentação de poder, riqueza e status, não tem lugar em
um Reino de igualdade.
Jesus
ao destacar que os ricos não entrarão no Reino de Deus referiu-se não só aos ricos
em bens, mas também em soberba, orgulho, vaidade, preconceito... Existem varias
explicações para a expressão “um camelo passar pelo buraco de uma agulha” (v.25),
mas todas deságuam no mesmo logo, Jesus usou de uma figura de linguagem extrema
para enfatizar que o poder de Deus é maior que qualquer desejo humano.
A vida
eterna tem inicio na vida presente, a escada que leva para o Reino de Deus é
construída não com dinheiro, os degraus são sobrepostos com blocos de solidariedade,
amizade, lealdade, amor, perdão... Abandonar-se por completo nas mãos de Jesus,
abraçando a Boa Nova como projeto único, é o que nos capacita a receber de Deus
a vida eterna, lembrando que para sermos o primeiro, temos que colocar todos os
outros na nossa frente. O jovem rico queria a vida eterna sim, mas para si, não
se importando com os outros.
10,32-45
– Podeis vós beber o cálice que eu vou beber
32. Jesus e os discípulos estavam a caminho, subindo para
Jerusalém. Jesus ia na frente. Os discípulos estavam espantados, e aqueles que
iam atrás estavam com medo. Jesus chamou de novo os Doze à parte e começou a
dizer-lhes o que estava para acontecer com ele: 33. "Eis que estamos
subindo para Jerusalém, e o Filho do Homem vai ser entregue aos chefes dos
sacerdotes e aos doutores da Lei. Eles o condenarão à morte e o entregarão aos
pagãos. 34. Vão caçoar dele, cuspir nele, vão torturá-lo e matá-lo. E depois de
três dias ele ressuscitará." 35. Tiago e João, filhos de Zebedeu, foram a
Jesus e lhe disseram: "Mestre, queremos que faças por nós o que vamos te
pedir." 36. Jesus perguntou: "O que vocês querem que eu lhes
conceda?" 37. Eles responderam: "Quando estiveres na glória,
deixa-nos sentar um à tua direita e outro à tua esquerda." 38. Jesus então
lhes disse: "Vocês não sabem o que estão pedindo. Por acaso vocês podem
beber o cálice que eu vou beber? Podem ser batizados com o batismo com que eu
vou ser batizado?" 39. Eles responderam: "Podemos." Jesus então
lhes disse: "Vocês vão beber o cálice que eu vou beber, e vão ser
batizados com o batismo com que eu vou ser batizado. 40. Mas não depende de mim
conceder o lugar à minha direita ou esquerda. É Deus quem dará esses lugares
àqueles, para os quais ele preparou." 41. Quando os outros dez discípulos
ouviram isso, começaram a ficar com raiva de Tiago e João. 42. Jesus chamou-os
e disse: "Vocês sabem: aqueles que se dizem governadores das nações têm
poder sobre elas, e os seus dirigentes têm autoridade sobre elas. 43. Mas,
entre vocês não deverá ser assim: quem de vocês quiser ser grande, deve
tornar-se o servidor de vocês, 44. e quem de vocês quiser ser o primeiro,
deverá tornar-se o servo de todos. 45. Porque o Filho do Homem não veio para
ser servido. Ele veio para servir e para dar a sua vida como resgate em favor
de muitos."
O
primeiro anúncio da Paixão Jesus fez após a linda profissão de fé de Pedro: “Tu
és o Cristo” (Mc 8,29), o segundo em Mc 9,31 pouco tempo depois da
Transfiguração onde ouviram: “Este é o meu Filho muito amado; ouvi-o” (Mc 9,7),
o terceiro agora, a caminho de Jerusalém. Pelo que podemos perceber não houve
muito avanço de lá para cá, mesmo tendo participado de todas estas revelações,
eles continuam sem entender a missão de Jesus.
“Jesus ia adiante deles” (v,32). Não
devemos interpretar a frase de forma literal, pois Jesus sempre seguia a frente,
o destaque foi dado justamente para ressaltar que o Messias tinha consciência do
que estava para acontecer, já o mesmo não se podia dizer dos discípulos, pois
era visível a insegurança e o medo.
Pelo
pedido de Tiago e João continua firme a idéia de um Messias triunfante, e é
lógico a visão de recompensa e poder. A mentalidade dos discípulos era a mesma
dos governantes da época, conquista e poder. Diante da indagação de Jesus, se
eles poderiam beber do cálice e participar do batismo, imediatamente respondem
que sim. (Fica a lição para nós) A ambição e o desejo de status cega até os
mais sábios. No AT o cálice em algumas ocasiões simbolizava o sofrimento, já o
batismo era uma metáfora a paixão de Jesus.
A
pedagogia de Jesus continua a mesma, é quase uma lavagem cerebral, “quem quer
ser o primeiro, que seja o último”, “quem quer ser o maior que se faça o
menor”, “quer agradar a Deus seja um servo humilde”.
10,46-52
– Lance fora sua capa
46. Chegaram a Jericó. Jesus saiu de Jericó, junto com seus
discípulos e uma grande multidão. Na beira do caminho havia um cego que se
chamava Bartimeu, o filho de Timeu; estava sentado, pedindo esmolas. 47. Quando
ouviu dizer que era Jesus Nazareno que estava passando, o cego começou a
gritar: "Jesus, filho de Davi, tem piedade de mim!" 48. Muitos o
repreenderam e mandaram que ficasse quieto. Mas ele gritava mais ainda:
"Filho de Davi, tem piedade de mim!" 49. Então Jesus parou e disse:
"Chamem o cego." Eles chamaram o cego e disseram: "Coragem,
levante-se, porque Jesus está chamando você." 50. O cego largou o manto,
deu um pulo e foi até Jesus. 51. Então Jesus lhe perguntou: "O que você
quer que eu faça por você?" O cego respondeu: "Mestre, eu quero ver
de novo." 52. Jesus disse: "Pode ir, a sua fé curou você." No
mesmo instante o cego começou a ver de novo e seguia Jesus pelo caminho.
Os
discípulos que caminharam com Jesus durante toda sua missão, não aprenderam o
que o cego aprendeu em poucos minutos. Bartimeu, cego e mendigo, foi colocado a
“beira do caminho” (v.46), ou seja, a margem da sociedade que excluía e que não
dava chance ao indigente. Sabendo ele quem ali passava, põe-se a gritar: "Jesus,
filho de Davi, tem compaixão de mim!" (v.47), e contrariando a atitude dos
discípulos, independente do que lhe poderia acontecer, e indiferente a multidão,
continuou a dar testemunho de que Jesus era o “Messias”, pois o titulo “Filho
de Davi” representava justamente isso.
Enquanto
os discípulos se digladiavam para garantir posição e segurança, Bartimeu ao
receber o chamado de Jesus “Lança fora a capa” (v.50), em outras palavras, joga
fora a única garantia que ele tinha de abrigo, seu manto era seu teto, e desejou
uma única coisa, poder ver. Tão logo recuperou a visão, também viu a gloria de
Deus através da libertação trazida por Jesus.
Texto:
Ricardo e Marta
Revisão:
Padre Rivaldo
Foto retirada da internet
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Bibliografia: - Atlas Bíblico (Wolfgang
Zwicket - Ed. Paulinas) - Bíblia Tradução Ecumênica (Ed. Loyola) - Bíblia
Sagrada Pastoral (Ed. Paulus) - Bíblia Ave-Maria (Ed. Ave-Maria) - Dicionário
Bíblico (Ed. Paulus) - Dicionário de Símbolos (Ed. Paulus) - Coleção como ler
(Ed. Paulus)
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