1. Jesus começou a falar para eles em parábolas: "Um homem
plantou uma vinha, cercou-a, fez um tanque para pisar a uva e construiu uma
torre de guarda. Depois arrendou a vinha para alguns agricultores, e viajou
para o estrangeiro. 2. Na época da colheita, ele mandou um empregado aos
agricultores para receber a sua parte dos frutos da vinha. 3. Mas os
agricultores pegaram o empregado, bateram nele, e o mandaram de volta sem nada.
4. Então o dono da vinha mandou mais um empregado. Os agricultores bateram na cabeça
dele e o insultaram. 5. Então o dono mandou mais um, e eles o mataram. Trataram
da mesma maneira muitos outros, batendo em uns e matando outros. 6. Sobrou para
o dono apenas um: seu filho querido. Por último, ele mandou o filho até aos
agricultores, pensando: 'Eles vão respeitar meu filho'. 7. Mas os agricultores
comentaram: 'Esse é o herdeiro. Venham, vamos matá-lo, e a herança será nossa'.
8. Então agarraram o filho, o mataram, e o jogaram fora da vinha. 9. Que fará o
dono da vinha? Ele virá, destruirá os agricultores, e entregará a vinha a
outros. 10. Por acaso, vocês não leram na Escritura: 'A pedra que os
construtores deixaram de lado, tornou-se a pedra mais importante; 11. isso foi
feito pelo Senhor e é admirável aos nossos olhos'?" 12. Então os chefes
dos judeus procuraram prender Jesus. Eles tinham entendido muito bem que Jesus
havia contado essa parábola contra eles. Mas ficaram com medo da multidão e,
por isso, deixaram Jesus e foram embora.
Na parábola, a vinha
representa Israel, os vinhateiros são os sacerdotes e escribas que tinham a
missão de conduzir o povo para Deus, já os servos que foram espancados e mortos
são os profetas. Caracterizando que a parábola tem um cunho messiânico no v.6
Marcos sinaliza o filho como sendo Jesus, pois o descreve da mesma forma que
fez no Batismo e na Transfiguração.
Jesus a pedra
perfeita enviada por Deus para ser a base solida da Igreja, aquela que serviria
de guia para dirigir a caminhada foi rejeitada pelos construtores (sacerdotes),
pois não se enquadrou no projeto imperfeito e manipulador.
“Que fará, pois, o
senhor da vinha?” (v.9), já fez, Jesus
venceu a morte, glorificou-se diante dos poderosos, não pela força e sim pelo
amor. Devemos lembrar que Deus entregou sua vinha a outros, ou seja, a nós,
cuidemos para sermos servos fiéis. Reforcemos a oração e a vigília para não
cairmos na tentação de querer usurpar para nós a vinha, assim como fizeram os
antigos arrendatários.
12,13-17
– Sempre há uma terceira opção.
13. Então as autoridades mandaram alguns fariseus e alguns
partidários de Herodes, para apanharem Jesus em alguma palavra. 14. Quando
chegaram, disseram a Jesus: "Mestre, sabemos que tu és verdadeiro, porque
não dás preferência a ninguém. Com efeito, não levas em conta as aparências, e ensinas
de verdade o caminho de Deus. Dize-nos: é lícito ou não pagar o imposto a
César? Devemos pagar ou não?" 15. Jesus percebeu a hipocrisia deles, e
respondeu: "Por que vocês me tentam? Tragam uma moeda para eu ver."
16. Eles levaram a moeda, e Jesus perguntou: "De quem é a figura e a
inscrição que está nessa moeda?" Eles responderam: "É de César."
17. Então Jesus disse: "Pois devolvam a César o que é de César, e a Deus o
que é de Deus." E eles ficaram admirados com Jesus.
Ao contar a
parábola da vinha parece que Jesus pisou nos calos de muita gente importante,
pessoas que construíram suas casas na areia e agora estão com medo da chuva
forte que é a “Boa Nova” venha destruí-las. Os sacerdotes buscam a qualquer
custo um motivo para condenar Jesus.
“Mestre, sabemos que és sincero e que não te deixas
influenciar seja por quem for“... “É permitido pagar o tributo a César?”
(v.14). Os inimigos de Jesus são ardilosos, característica bem comum desse tipo
é a bajulação, aproximam-se como lobos em pele de ovelhas, buscam encurralar Jesus
com uma pergunta capciosa, ainda bem que o Mestre conhece a maldade contida nos
corações.
Sabemos que o
imposto pago a Roma era uma forma de subjugar o povo, se Jesus ficasse do lado
dos romanos seria tachado de impostor pelos sacerdotes, se ficasse do lado do
povo, seria considerado um traidor de Roma, em ambos os casos sairiam ganhando
os inimigos de Jesus.
Mais uma vez vem o
ensinamento de Jesus: “Sempre há uma terceira
opção”. Agora é à hora de acertar dois coelhos com uma só cajadada, “Dai, pois, a César o que é de César e a Deus o que é de
Deus.” (v.17). O imposto devido a César é um fato de ordem política e que é
justo ser pago já que eles se submeteram a economia romana. Já o que pertence a
Deus, isso sim, é da alçada dos sacerdotes, e deveriam eles administrar com
zelo e prudência conduzindo todo o povo de Israel (sem exceção) a salvação.
12,18-27
– Deus dos vivos e não dos mortos.
18. Os saduceus afirmam que não existe ressurreição. Alguns
deles foram até Jesus, e lhe propuseram este caso: 19. "Mestre, Moisés
escreveu para nós: 'Se alguém morrer, e deixar a esposa sem filho, o irmão
desse homem deve casar-se com a viúva, a fim de que possam ter filhos em nome
do irmão que morreu'. 20. Ora, havia sete irmãos: o primeiro casou-se, e morreu
sem ter filhos. 21. O segundo casou-se com a viúva, e morreu sem ter filhos. A
mesma coisa aconteceu com o terceiro. 22. E nenhum dos sete teve filhos. Por
último, morreu também a mulher. 23. Na ressurreição, quando eles ressuscitarem,
de quem ela será? Todos os sete se casaram com ela!" 24. Jesus respondeu:
"Vocês estão enganados, porque não conhecem as Escrituras nem o poder de
Deus. 25. Com efeito, quando os mortos ressuscitarem, os homens e as mulheres
não se casarão, pois serão como os anjos do céu. 26. E, quanto ao fato de que
os mortos vão ressuscitar, vocês não leram, no livro de Moisés, a passagem da
sarça ardente? Deus falou a Moisés: 'Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e
o Deus de Jacó'. 27. Ora, ele não é Deus de mortos, mas de vivos! Vocês estão
muito enganados."
Antes eram os
fariseus, agora são dos saduceus a enfrentar Jesus. Um grupo religioso formado
pela elite sacerdotal que não acredita na ressurreição nem tampou nos anjos, rejeita
a doutrina dos fariseus e só aceita na Torá (Lei). Como responder de forma
convincente a pessoas que desconhecem as Escritura, mas parece que não ficava
só por ai, parece que também desconheciam o poder de Deus.
Jesus recorre a
Moises e relembra, o nosso Deus é o Deus de Abraão, Isaac e Jacó, é o Deus dos
vivos e não dos mortos. Humanamente falando torna-se quase impossível entender
a colocação do Messias já que o poder, a misericórdia e o amor infinito do Pai
só serão compreendidos através da fé. A idéia de que a vida dos ressuscitados
seria uma continuação da vida imperfeita a partir do ponto em que parou com a
morte, vai de encontro a toda visão de plenitude e abundância anunciada na Boa
Nova, por isso Jesus afirma que seremos como os anjos no céu. (v.25)
12,28-34
– Amar a Deus sobre todas as coisas
28. Um doutor da Lei estava aí, e ouviu a discussão. Vendo que
Jesus tinha respondido bem, aproximou-se dele e perguntou: "Qual é o
primeiro de todos os mandamentos?" 29. Jesus respondeu: "O primeiro
mandamento é este: Ouça, ó Israel! O Senhor nosso Deus é o único Senhor! 30. E
ame ao Senhor seu Deus com todo o seu coração, com toda a sua alma, com todo o
seu entendimento e com toda a sua força. 31. O segundo mandamento é este: Ame
ao seu próximo como a si mesmo. Não existe outro mandamento mais importante do
que esses dois." 32. O doutor da Lei disse a Jesus: "Muito bem,
Mestre! Como disseste, ele é, na verdade, o único Deus, e não existe outro além
dele. 33. E amá-lo de todo o coração, de toda a mente, e com toda a força, e
amar o próximo como a si mesmo, é melhor do que todos os holocaustos e do que
todos os sacrifícios." 34. Jesus viu que o doutor da Lei tinha respondido
com inteligência, e disse: "Você não está longe do Reino de Deus." E
ninguém mais tinha coragem de fazer perguntas a Jesus.
Interessante que
quando nos deixamos envolver pela Palavra, logo somos cativados. Existe uma
linha tênue entre descrença e fé, muitas vezes basta um pequeno sopro para
devolver a vida a quem está na escuridão. O escriba que acompanhou tudo de
perto não trazia no coração a malicia e a ganância de seus companheiros, Jesus
percebeu que sua pergunta era de alguém desejoso de fazer a coisa certa, por
isso responde que não há necessidade de sacrifícios, que o rigor da Lei termina
por afastar e marginalizar.
“Amar a Deus sobre
todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo”. Se amamos a Deus e vemos no
próximo a figura de Deus, passaremos a amá-lo da mesma forma. Quando Jesus
afirma que este é o maior Mandamento (v.31), não é difícil entender o porquê.
Só podemos por em prática os demais Mandamentos tendo este como ponto de
partida. A aceitação de Jesus como Messias é o caminho para salvação e quem dá esse
primeiro passo não está longe do Reino.
12,35-44
– Entregar-se a providência Divina
35. Jesus ensinava no Templo, dizendo: "Como é que os
doutores da Lei falam que o Messias é filho de Davi? 36. O próprio Davi, movido
pelo Espírito Santo, falou: 'O Senhor disse ao meu Senhor: sente-se à minha
direita, até que eu ponha seus inimigos debaixo de seus pés'. 37. Portanto, o
próprio Davi chama o Messias de Senhor. Como é que ele pode então ser seu
filho?" E uma grande multidão o escutava com gosto. 38. E Jesus continuava
ensinando: "Tenham cuidado com os doutores da Lei. Eles gostam de andar
com roupas compridas, de ser cumprimentados nas praças públicas; 39. gostam dos
primeiros lugares nas sinagogas e dos lugares de honra nos banquetes. 40. No
entanto, exploram as viúvas e roubam suas casas, e para disfarçar fazem longas
orações. Por isso eles vão receber uma condenação mais severa." 41. Jesus
estava sentado diante do Tesouro do Templo e olhava a multidão que depositava
moedas no Tesouro. Muitos ricos depositavam muito dinheiro. 42. Então, chegou
uma viúva pobre, e depositou duas pequenas moedas, que valiam uns poucos
centavos. 43. Então Jesus chamou os discípulos, e disse: "Eu garanto a
vocês: essa viúva pobre depositou mais do que todos os outros que depositaram
moedas no Tesouro. 44. Porque todos depositaram do que estava sobrando para eles.
Mas a viúva na sua pobreza depositou tudo o que tinha, tudo o que possuía para
viver."
Os papeis se
invertem, agora é Jesus quem fala e faz uma serie de advertências, e começa indo
de encontro a uma tradição bastante divulgada entre o povo de Israel em que o
Messias seria da descendência de Davi. “Como dizem os
escribas que Cristo é o filho de Davi? Pois o mesmo Davi diz, inspirado pelo
Espírito Santo: Disse o Senhor a meu Senhor” (vv.35-36). A princípio
acreditamos que Jesus esteja negando essa tradição, mas não é bem assim, na
realidade o que ele deseja é desmistificar a idéia de que o Messias assumiria o
trono de Davi, tornando-se um rei poderoso que devolveria a Israel o status de
uma grande nação e que expulsaria de seus domínios todos os estrangeiros.
Sabemos
que na época tanto a escrita como a leitura não era acessível a todas as
pessoas, para falar a verdade poucas tinham esse conhecimento, e como diz o
ditado: “em terra de cego quem tem um olho é rei”, os escribas eram
considerados como intelectuais, “Rabi”. Cabia a eles a interpretação das
Escrituras, e foi justamente ai que eles pecaram, pois impunha ao povo pesados fardos
devido à interpretação rigorosa da Lei, o profeta Jeremias diz que os escribas
transformaram a Lei de Deus em uma mentira (Jr.8,8). Somando-se a isso vinha à
arrogância e o menosprezo para com os demais, principalmente com aqueles que
exerciam trabalhos manuais, sem contar a soberba de serem notados e
cumprimentados por todos. Na realidade estavam indo no sentido contrario de
Jesus, pois gostavam de ser servidos e ocupar os primeiros lugares.
Marcos
nos apresenta um fato típico e até certo ponto normal, as ofertas depositadas
para manutenção do Templo, duas pessoas; o rico deposita muito, o pobre oferta um
pouquinho quase nada, poderíamos dizer que cada um estava agindo de acordo com
suas possibilidades, acontece que Jesus, aquele que perscruta os corações, ver
mais além. Aqui Jesus não dirige sua atenção ao rico, se ele está ofertando de
maneira pomposa para ser notado ou se está agindo correto e de forma
verdadeira. O Alvo é a viúva, mas não o valor que ela está dando, e sim o que
ela está dando. Ao contrario dos demais a viúva está ofertando tudo o que lhe
resta, está depositando nas mãos do Senhor toda a sua segurança, está se
confiando totalmente a providência Divina, deposita ali sua última gota de
esperança.
Texto:
Ricardo e Marta
Revisão:
Padre Rivaldo
Foto retirada da internet
caso seja o autor, por favor, entre em contato para citarmos o credito.
Bibliografia: - Atlas Bíblico (Wolfgang
Zwicket - Ed. Paulinas) - Bíblia Tradução Ecumênica (Ed. Loyola) - Bíblia
Sagrada Pastoral (Ed. Paulus) - Bíblia Ave-Maria (Ed. Ave-Maria) - Dicionário
Bíblico (Ed. Paulus) - Dicionário de Símbolos (Ed. Paulus) - Coleção como ler
(Ed. Paulus)
Foto retirada da internet
caso seja o autor, por favor, entre em contato para citarmos o credito.
DEIXE SEU PEDIDO DE ORAÇÃO
Fique com Deus e sob a
proteção da Sagrada Família
Ricardo Feitosa e Marta Lúcia
Crendo e ensinando o que crê e ensina a Santa Igreja
Católica
Se
desejar receber nossas atualizações de uma forma rápida e segura, por favor,
faça sua assinatura, é grátis.
Acesse nossa pagina: http://ocristaocatolico.blogspot.com.br/ e cadastre seu e-mail para recebimento automático,
obrigado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Ajude-nos a melhorar nossa evangelização, deixe seu comentário. Lembre-se no seu comentário de usar as palavras orientadas pelo amor cristão.
Revista: "O CRISTÃO CATÓLICO"
Crendo e ensinando o que crê e ensina a Santa Igreja Católica