Evangelho Comentado do Dia 30/12/2016 sexta-feira

Tempo do Natal - 1ª Semana do Saltério
Festa: SAGRADA FAMÍLIA DE JESUS, MARIA E JOSÉ
Prefácio do Natal - Ofício festivo próprio - Glória e Creio
Cor: Branco - Ano Litúrgico “A” - São Mateus

Antífona: Lucas 2,16 - Vieram apressados os pastores e encontraram Maria com José, e o menino deitado no presépio.

Oração do Dia: Ó Deus de bondade, que nos destes a Sagrada Família como exemplo, concedei-nos imitar em nossos lares as suas virtudes para que, unidos pelos laços do amor, possamos chegar um dia às alegrias da vossa casa. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém!


Primeira Leitura: Livro do Eclesiástico 3,3-7.14-17a (gr.2-6.12-14)

Deus honra o Pai nos filhos e confirma, sobre eles, a autoridade da mãe. Quem honra o seu pai, alcança o perdão dos pecados; evita cometê-los e será ouvido na oração cotidiana. Quem respeita a sua mãe é como alguém que ajunta tesouros. Quem honra o seu pai, terá alegria com seus próprios filhos; e, no dia em que orar, será atendido. Quem respeita o seu pai, terá vida longa, e quem obedece ao pai é o consolo da sua mãe. Meu filho, ampara o teu pai na velhice e não lhe causes desgosto enquanto ele vive. Mesmo que ele esteja perdendo a lucidez, procura ser compreensivo para com ele; não o humilhes, em nenhum dos dias de sua vida: a caridade feita ao teu pai não será esquecida, mas servirá para reparar os teus pecados e, na justiça, será para tua edificação. - Palavra do Senhor.

Comentário: O livro do Eclesiástico é tradução de um original hebraico, de autoria de Jesus Ben Sirac. Seu neto empreendeu a obra de tradução com o objetivo de mostrar aos judeus que moravam fora do país a riqueza da tradição do seu povo. É, portanto, um livro que ajuda a recuperar as raízes e identidade de um povo ameaçado de perder o sentido da vida. Vivendo em terra estranha, facilmente os judeus assimilavam a cultura e a ideologia do país em que estavam, perdendo de vista a herança cultural e espiritual dos antepassados, baseada na experiência de Deus em família. De fato, o Deus de Israel foi se revelando na vida das pessoas, e essa revelação passou de boca em boca, de pai para filho, desde os tempos mais antigos. Os versículos que compõem a leitura de hoje são uma explicação de Ex 20,12: “Honre seu pai e sua mãe: de modo que você prolongará sua vida na terra que Javé seu Deus dá a você”. O mandamento está ligado à promessa de vida longa. O Eclesiástico vai mais longe, acrescentando à vida longa (v. 6) mais duas promessas: a de ver atendidas as orações (v. 5) e o perdão dos pecados (vv. 3.14). Para quem vivia longe do Templo, lugar onde eram feitos os sacrifícios pelas culpas cometidas, há agora um horizonte novo: o perdão dos pecados acontece não por meio de um rito externo, mas de uma atitude traduzida em amor pelos pais, sobretudo quando estes se encontram em estado de carência, como a perda do uso da razão (v. 13). O texto se aproxima bastante da novidade trazida por Jesus de Nazaré, que disse: “O que eu quero é a misericórdia, e não o sacrifício” (cf. Mt 9,13) e afirmou que o Pai rejeita as ofertas sagradas que deveriam ser empregadas na preservação da vida dos pais (cf. Mc 7,8-13). Amar, obedecer e respeitar a fonte da vida que são os pais é amar, respeitar e obedecer a Deus, origem de toda vida. Os pais reproduzem, em parte, o ser de Deus que é doação. Eles não produziram para si, mas para os outros. Os filhos, por sua vez, chegados à fase adulta da vida, são convocados a não produzir para si, mas para outros, perpetuando a vida e amparando a dos pais na velhice (v. 12). Essa proposta quebra o sistema de sociedade do consumo e do descartável, que só valoriza as pessoas enquanto capazes de produzir. (Vida Pastoral nº 269 Paulus 2009)

Salmo: 127(128),1-2.3.4-5 (R. Cf 1)
Felizes os que temem o Senhor e trilham seus caminhos!

Feliz és tu, se temes o Senhor e trilhas seus caminhos! Do trabalho de tuas mãos hás de viver, serás feliz, tudo irá bem!

A tua esposa é uma videira bem fecunda no coração da tua casa; os teus filhos são rebentos de oliveira ao redor de tua mesa.

Será assim abençoado todo homem que teme o Senhor. O Senhor te abençoe de Sião, cada dia de tua vida!

Segunda Leitura: Carta de São Paulo aos Colossenses 3,12-21

Irmãos: Vós sois amados por Deus, sois os seus santos eleitos. Por isso, revesti-vos de sincera misericórdia, bondade, humildade, mansidão e paciência, suportando-vos uns aos outros e perdoando-vos mutuamente, se um tiver queixa contra o outro. Como o Senhor vos perdoou, assim perdoai vós também. Mas, sobretudo, amai-vos uns aos outros, pois o amor é o vínculo da perfeição. Que a paz reine em vossos corações, à qual fostes chamados como membros de um só corpo. E sede agradecidos. Que a palavra de Cristo, com toda a sua riqueza, habite em vós. Ensinai e admoestai-vos uns aos outros com toda a sabedoria. Do fundo dos vossos corações, cantai a Deus salmos, hinos e cânticos espirituais, em ação de graças. Tudo o que fizerdes, em palavras ou obras, seja feito em nome do Senhor Jesus Cristo. Por meio dele dai graças a Deus, o Pai. Esposas, sede solícitas para com vossos maridos, como convém, no Senhor. Maridos, amai vossas esposas e não sejais grosseiros com elas. Filhos, obedecei em tudo aos vossos pais, pois isso é bom e correto no Senhor. Pais, não intimideis os vossos filhos, para que eles não desanimem. - Palavra do Senhor.

Comentário: Os versículos propostos como segunda leitura deste domingo são parte das conclusões que Paulo tira do fato de, pelo batismo, nos tornarmos pessoas novas. Em outras palavras, o que hoje se lê é a tentativa de traduzir na prática o que significa ressuscitar com Cristo (cf. Cl 3,1). Paulo não separa o convívio familiar da vida em comunidade. Para ele, são dois momentos de uma mesma realidade. E por isso trata das relações dentro da família e da comunidade ao mesmo tempo. O texto de hoje se inicia mostrando a identidade cristã: “Vocês são o povo santo de Deus, escolhido e amado” (v. 12a). A seguir, especifica o que isso significa em termos de relações sociais: “Por isso, procurem revestir-se de misericórdia” (v. 12b). As virtudes que seguem esclarecem o sentido da misericórdia: ela se traduz em bondade, humildade, mansidão, tolerância, paciência e perdão (vv. 12c-13a). Paulo emprega a imagem da veste (“procurem revestir-se”) para caracterizar as novas relações e valores que ajudam a construir sociedade nova. O ponto de referência para acabar com as discriminações é a prática de Jesus, sua morte e ressurreição: “Como o Senhor lhes perdoou, façam vocês o mesmo” (v. 13b). E conclui: “Acima de tudo tenham amor, que faz a união perfeita” (v. 14). O que torna uma comunidade perfeita não é a ausência de falhas e limites em seus membros, e sim a capacidade de amar sem medidas, apesar dos limites e falhas de cada pessoa (cf. 1Pd 4,8: “O amor cobre uma multidão de pecados”). O amor gera a paz e torna as pessoas membros do mesmo corpo (v. 15a). A seguir, Paulo mostra algumas ferramentas para que a comunidade atinja esse objetivo. A mais importante delas é a celebração da eucaristia. De fato, a expressão “sejam agradecidos” (v. 15b) recorda a celebração eucarística no modo como era celebrada pelos primeiros cristãos: a escuta da palavra de Cristo, a partilha da palavra e o louvor, feito de salmos, hinos e cânticos inspirados (v. 16). Paulo, porém, procura alargar os espaços, fazendo a celebração eucarística incidir em qualquer atividade, palavra ou ação, para que tudo seja feito em nome do Senhor Jesus, de modo que a vida inteira se transforme em ação de graças a Deus Pai (v. 17). Em seguida, vêm as instruções para as famílias, com recomendações para as esposas, a fim de que sejam dóceis a seus maridos (v. 18); aos maridos, para que amem suas esposas e não sejam grosseiros com elas (v. 20); aos filhos, para que obedeçam aos pais (v. 20); e aos pais, para que usem uma pedagogia capaz de encorajar, e não desanimar os filhos (v. 22). Numa sociedade que privilegiava o pai de família como único responsável pelo bom andamento das coisas, Paulo apresenta, para todos, deveres recíprocos fundados no amor, o laço da perfeição. De fato, essas instruções não privilegiam uns em prejuízo dos outros. O ponto de confronto, para todos, é o modo como o Senhor Jesus agiu em relação ao Pai e às pessoas (cf. vv. 18.20). (Vida Pastoral nº 269 Paulus 2009)

Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 2,13-15.19-23

Depois que os magos partiram, o anjo do Senhor apareceu em sonho a José e lhe disse: "Levanta-te, pega o menino e sua mãe e foge para o Egito! Fica lá até que eu te avise! Porque Herodes vai procurar o menino para matá-lo". José levantou-se de noite, pegou o menino e sua mãe, e partiu para o Egito. Ali ficou até à morte de Herodes, para se cumprir o que o Senhor havia dito pelo profeta: "Do Egito chamei o meu Filho". Quando Herodes morreu, o anjo do Senhor apareceu em sonho a José, no Egito, e lhe disse: "Levanta-te, pega o menino e sua mãe, e volta para a terra de Israel; pois aqueles que procuravam matar o menino já estão mortos". José levantou-se, pegou o menino e sua mãe, entrou na terra de Israel. Mas, quando soube que Arquelau reinava na Judéia, no lugar de seu pai Herodes, teve medo de ir para lá. Por isso, depois de receber um aviso em sonho, José retirou-se para a região da Galiléia, e foi morar numa cidade chamada Nazaré. Isso aconteceu para se cumprir o que foi dito pelos profetas: Ele será chamado nazareno". - Palavra da Salvação.

Comentários:

 O evangelho fala das dificuldades da família-modelo. Não importam aqui outros significados dessa fuga para o Egito; o significado que a liturgia dá à narrativa do Evangelho de Mateus é que se trata de uma família, um casal e um filho. É uma família pobre e perseguida, mas é família e é modelo. O filho é o grande tesouro que essa família protege. Esse tesouro se parece com Moisés, que também escapou da matança das crianças e, mais tarde, teve também de fugir. No Evangelho de Mateus, Jesus é o novo Moisés, que dá a nova lei: a Lei de Moisés nos cinco livros do Pentateuco, as instruções de Jesus nos cinco discursos que se encontram no evangelho. Jesus é o novo Jacó ou Israel, que “desceu ao Egito” com toda a sua família, ali se multiplicou e, saindo do Egito, foi se apossar da terra de Canaã. “Do Egito chamei o meu filho”, dizia o profeta Oseias, referindo-se ao êxodo dos hebreus. A palavra aplicada pelo evangelho a Jesus vai lembrar que ele será o fundador do novo Israel. Aqui, agora, “meu Filho” significa bem mais do que lembrar que Deus é o pai do povo de Israel. Quando a família volta para Nazaré, o evangelista cita como passagem bíblica a frase “ele será chamado nazareno”. Os especialistas não encontram essa frase tal e qual no Primeiro Testamento. Seria uma adaptação da frase encontrada no anúncio do nascimento de Sansão: “Ele será chamado nazir”? Nazir era o consagrado a Deus que nunca tomaria bebida alcoólica nem cortaria o cabelo. Seria uma adaptação da palavra nezer, que significa rebento e, com base em Is 11,1, era vista como um título do Messias? O que mais importa da leitura deste evangelho na festa de hoje é que Jesus teve uma família, uma família pobre e perseguida por causa da ameaça que o Menino representava para os poderosos do mundo. Nas situações mais adversas, essa família é modelo para todas as famílias de hoje. (Vida Pastoral nº 275 Paulus)

A Sagrada Família de Nazaré, apesar de sua relação privilegiada com Deus, em nada foi poupada dos infortúnios próprios dos seres humanos. Seria enganoso imaginá-la gozando de regalias inacessíveis a qualquer pessoa comum. Talvez, exatamente porque tão intimamente ligada a Deus, tenha sido posta à prova, de maneira tão dura. Já os fatos inerentes ao nascimento de Jesus comportaram motivos de aflição. É fácil de imaginar quanta angústia acarretaram a concepção misteriosa de Maria, a obrigação de se deslocar para Belém, quando o tempo de dar à luz estava se aproximando, a falta de lugar adequado para o parto e as condições precárias em que o menino Jesus nasceu. A fuga apressada para o Egito, para escapar da fúria homicida de Herodes, foi mais um sofrimento imposto à Sagrada Família. À perspectiva de morte somava-se a de ver-se obrigada a fugir para o estrangeiro, de maneira imprevista, como também, a de ter de voltar para Israel, a fim de não cair nas garras de Arquelau, sucessor de Herodes, devendo escolher, como lugar de moradia, a humilde e sem importância Nazaré. A Sagrada Família jamais esteve isenta de tribulações. Mas nem por isso desviou-se do caminho da fé e obediência a Deus. Sua fidelidade foi continuamente posta à prova. E, na provação, foi se consolidando. Desta forma, tornou-se modelo de família cristã que, experimenta as dificuldades da vida, sem se desviar dos caminhos de Deus. (Padre Jaldemir Vitório/Jesuíta)

SANTO DO DIA: Festa

Sagrada Família, Jesus, Maria e José

Fonte: CNBB - Missal Cotidiano (Paulus)
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