Lembrai-vos, ó gloriosa Adelaide, fiel serva de Jesus Cristo e
Maria Santíssima, que nunca se ouviu dizer que alguns dos que tendo recorrido a
vós e implorado vossa proteção tenha sido abandonado. Animados de uma grande
confiança, vimos pedir ajuda a vós, que sois consoladora e esperança dos
aflitos. Pelo amor que por toda vossa vida dedicastes a Jesus Cristo e a
Santíssima Virgem Maria, ajudai-me a conseguir (registra a graça a ser pedida,
por três vezes).
Protegei nosso trabalho e nossas famílias. Abençoai a todos
que honram e invocam o seu nome, para sua glória eterna. Adelaide, bondosa
serva de Jesus Cristo, rogai por nós e fazei com que alcancemos a graça para
maior glória de Jesus Cristo, nosso pai e redentor. Que assim seja, amém.
Narrada por Santo Odilo, abade de Cluny, que conviveu com
ela, a vida de Santa Adelaide emociona pelos sofrimentos que passou. De rainha
tornou-se prisioneira, sofreu maus-tratos e passou por diversas privações para,
depois, finalmente, assumir um império. Tudo isso dentro da honestidade,
vivendo uma existência piedosa, de muita humildade e extrema caridade para com
os pobres e doentes.
Nascida em 931, Adelaide era uma princesa, filha
do rei da Borgonha, atual França, casado com uma princesa da Suécia. Ficou órfã
de pai aos seis anos. A Corte acertou seu matrimônio com o rei Lotário, da
Itália, do qual enviuvou três anos depois. Ele morreu defendendo o trono, que
acabou usurpado pelo inimigo vizinho, rei Berenjário. Então, a rainha Adelaide
foi mandada para a prisão. Contudo, ajudada por amigos leais, conseguiu a
liberdade. Viajou para a Alemanha para pedir o apoio do imperador Oto, que,
além de devolver-lhe a Corte, casou-se com ela. Assim, tornou-se a imperatriz
Adelaide, caridosa, piedosa e amada pelos súditos.
Durante anos tudo era felicidade, mas o infortúnio atingiu-a
novamente. O imperador morreu e Adelaide viu-se outra vez viúva. Assumiu seu
filho Oto II, que aceitava seus conselhos, governando com ponderação. Os
problemas reiniciaram quando ele se casou com a princesa grega Teofânia. Como
não gostava da influência da sogra sobre o marido, conseguiu fazê-lo brigar com
a mãe por causa dos gastos com suas obras de caridade e as doações que fazia
aos conventos e igrejas. Por isso exigiu que Adelaide deixasse o reino.
Escorraçada, procurou abrigo em Roma, junto ao papa. Depois,
passou um período na França, na Corte de seu irmão, rei da Borgonha. Mas a dor
da ingratidão filial a perseguia. Viu, também, que ele reinava com injustiça,
dentro do luxo, da discórdia e da leviandade, devido à má influência de
Teofânia. Nessa época, foi seu diretor espiritual o abade Odilo, de Cluny. Ao
mesmo tempo, o abade passou a orientar Oto II. Após dois anos de separação,
arrependido, convidou a mãe a visitá-lo e pediu seu perdão. Adelaide se
reconciliou com filho e a paz voltou ao reino. Entretanto o imperador morreria
logo depois.
Como o neto de Adelaide, Oto III, não tinha idade para
assumir o trono, a mãe o fez. E novamente a vida de Adelaide parecia
encaminhar-se para o martírio. Teofânia, agora regente, pretendia matar a
sogra, que só não morreu porque Teofânia foi assassinada antes, quatro semanas
depois de assumir o governo. Adelaide se tornou a imperatriz regente da
Alemanha, por direito e de fato. Administrou com justiça, solidariedade e
piedade. Trouxe para a Corte as duas filhas de sua maior inimiga e as educou
com carinho e proteção. O seu reinado foi de obrigações políticas e religiosas
muito equilibradas, distribuindo felicidade e prosperidade para o povo e paz
para toda a nação.
Nos últimos anos de vida, Adelaide foi para o Convento
beneditino de Selz, na Alsácia, que ela fundara, em Strasburg. Morreu ali com
oitenta e seis anos de idade, no dia 16 de dezembro de 999.
Fonte: paulinas.org.br - opovo.com.br
Foto retirada da internet
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