Ó dulcíssimo Senhor Jesus Cristo, fonte de todas as virtudes,
amigo das almas virginais, vencedor fortíssimo das ciladas dos poderosos,
severíssimo extirpador de todos os vícios, lançai propício vosso olhar para a
minha fraqueza, e pela intercessão de vossa Santíssima Mãe, a Virgem Maria e de
Santa Inês, concedei o auxílio da vossa divina graça.
Fazei que eu saiba valorizar todas as coisas terrestres sem
deixar de amar aquelas celestiais, resistir aos vícios e nunca consentir nas
tentações, seguir constante a virtude, não buscar as honras, fugir aos
prazeres, chorar os pecados cometidos, afastar-me as ocasiões de pecado, evitar
as más companhias, tratar com os bons e perseverar no bem, para que, com o
auxílio da vossa graça, mereça possuir a coroa da vida eterna com Santa Inês e
com todos os santos, por toda a eternidade, no vosso reino. Amém!
O nome "Agnes",
para nós Inês, em grego significa pura e casta, enquanto em latim significa
cordeiro. Para a Igreja, Santa Inês é o próprio símbolo da inocência e da
castidade, que ela defendeu com a própria vida. A ideia da virgindade casta foi
estabelecida na Igreja justamente para se contrapor à devassidão e aos costumes
imorais dos pagãos. Inês levou às últimas consequências a escolha que fez a
esses valores. É uma das Santas mais antigas do cristianismo. Sua existência
transcorreu entre os séculos três e quatro, sendo martirizada durante a décima
perseguição ordenada contra os cristãos, desta vez imposta pelo terrível
imperador Diocleciano, em 304.
Inês pertencia a
uma rica, nobre e cristã família romana. Isso lhe possibilitou receber uma
educação dentro dos mais exatos preceitos religiosos, o que a fez tomar a
decisão precoce de se tornar "esposa de Cristo". Tinha apenas 13 anos
quando foi denunciada como cristã.
Dotada de uma
beleza incomum, recebeu inúmeros pedidos de casamento, inclusive do filho do
prefeito de Roma. Aliás, essa foi a causa que desencadeou seu suplício e uma
violenta perseguição contra os cristãos. A narração que nos chegou conta que o
rapaz, apesar das negativas da jovem, tentava cortejá-la. Seu pai indignado com
as constantes recusas que deixavam seu filho inconsolável tentou forçar que
Inês aceitasse seu filho como esposo, mas tudo em vão. Numa certa tarde de
tempestade, o rapaz tentou tomá-la nos braços, mas foi atingido por um raio e
caiu morto aos seus pés. Quando o prefeito soube, procurou Inês com humildade e
lhe implorou que pedisse a seu Deus pela vida de seu filho. Ela erguendo as
mãos e voltando os olhos para o céu orou para que Nosso Senhor trouxesse o
rapaz de volta à vida terrena, mostrando toda Sua misericórdia. O rapaz voltou
e percebendo a santidade de Inês se converteu cristão. Porém, seu pai, o
prefeito, viu aquela situação como um sinal de poder dos cristãos e resolveu
aplicar a perseguição, decretada por Diocleciano, de modo implacável.
Inês, segundo ele,
fora denunciada e por isso teria de ser enviada para a prisão. Mesmo assim, ela
nunca tentou se livrar da pena em troca do casamento que fora proposto em nome
do filho do prefeito e muito menos negou sua fé em Cristo. Preferiu sofrer as
terríveis humilhações de seus carrascos, que estavam decididos a fazê-la mudar
de ideia através da força. Arrastada violentamente até a presença de um ídolo
pagão, para que o adorasse, Inês se manteve firme em suas orações à Cristo.
Depois foi levada à uma casa de prostituição, para que fosse possuída à força,
mas ninguém ousou tocar sequer num fio de seu cabelo, saindo de lá na mesma
condição de castidade que chegou.
Cada vez mais a
situação ficava fora do controle das autoridades romanas e o povo estava se
convertendo em massa. Para aplacar os ânimos Inês foi levada ao Circo e
condenada à fogueira, mas o fogo prodigiosamente se abriu e não a queimou.
Assim, o prefeito decretou que fosse morta por decapitação a fio de espada,
naquele exato momento. Foi dessa maneira que a jovem Inês testemunhou sua fé em
Cristo.
Seu enterro foi um
verdadeiro triunfo da fé; seus pais levaram o corpo de Inês, e o enterraram num
prédio que possuíam na estrada que de Roma conduz a Nomento. Nesse local, por
volta do ano de 354, uma Basílica foi erguida a pedido da filha do imperador
Constantino, em honra à Santa. Trata-se de uma das mais antigas de Roma, na
qual se encontram suas relíquias e sepultura. Na arte, Santa Inês é comumente
representada com uma ovelha, e uma palma, sendo que a ovelha sugere sua
castidade e inocência.
Sua pureza
martirizada faz parte, até hoje, dos rituais da Igreja. Todo ano, no dia de sua
veneração, em 21 de janeiro, é realizada na Basílica de Santa Inês, fora dos
muros do Vaticano, uma Missa solene onde dois cordeirinhos brancos, ornados de
flores e fitas são levados para o celebrante os benzer. Depois os mesmos são
apresentados ao Papa, que os entrega a religiosas encarregadas de guardá-los
até a época da tosquia. Com sua lã são tecidos os pálios que, na vigília de São
Pedro e São Paulo, são colocados sobre o altar da Basílica de São Pedro.
Posteriormente esses pálios são enviados à todos os arcebispos do mundo
católico ocidental e eles os recebem em sinal da obediência que devem à Santa
Sé, como centro da autoridade religiosa.
“Jesus Cristo vela sobre a vida e a
pureza de sua esposa e não permitirá que lha roubem. Ele é o meu defensor e
abrigo. Podes derramar o meu sangue, nunca, porém, conseguiras profanar o meu
corpo, que é consagrado a Cristo”. (Santa Inês)
Nasceu: Roma no ano
291
Martírio: Roma no dia
21 de janeiro de 304
Celebração litúrgica:
21 de janeiro
Padroeira: da
castidade
Fonte: Edições Paulinas / Oração Eternauta
Foto retirada da internet
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